segunda-feira, 21 de junho de 2010

Entrevista a Bruno Vieira

Tentando fazer um balanço das provas de promoção aos Quadros Nacionais fizemos uma ronda pelos elementos do baixo Alentejo que nelas participaram tentando deles retirar a experiência por que passaram entre outras curiosidades naquilo em que consideramos uma "Mini Entrevista"

"Antes de lhe responder a este "pequeno" inquérito, queria-lhe agradecer as palavras de força e amizade, que porventura são sempre bem vindas. Queria-lhe, também, felicitar o blog que tem desenvolvindo até agora, visto ser um grande motor de informação para os amantes do futebol no nosso distrito, pois se não fossem "vocês", o nosso distrito andaria sem qualquer tipo de informação/divulgação sobre o nosso futebol no baixo Alentejo." Bruno Vieira
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Arbitragem de Futebol e Futsal - Quem é o Bruno por detrás do apito. De uma maneira geral diga-nos quem é.
Bruno Vieira - Boa pergunta. O Bruno é um jovem amante do desporto, que desde pequeno tentou a sua sorte no futebol, mas devido ao pouco jeito que tinha pela causa, ingressou noutro ramo, o do apito. Desde os meus 13 anos que o meu principal Hoobie é o da arbitragem e neste momento é uma das coisas que mais gosto de fazer, bem por culpa de meu pai, Jaime Vieira. Tirando a arbitragem, actualmente o Bruno é aluno da ESTIG, mais propriamente do 2º ano de Gestão de Empresas, curso que também meu pai tirou. Concluindo, sigo os passos do meu "velhote", pois são duas áreas com quem me identifico no presente e no futuro, apesar de a arbitragem estar mais presente em mim.

AFF - Foi bastante jovem que se iniciou nas lides da arbitragem, foi por gosto ou a isso foi levado por influência familiar?
BV - Como tudo na vida, penso que quando somos pequenos aparecemos na "vida", por influencia de alguém. Mas depois dessa influência, o seguimento só depende de nós próprios e, actualmente não me vejo sem ser árbitro de futebol, pena que as minhas aspirações de este ano tenham ido por água abaixo, mas a vida continua e como tenho apenas 21 anos, considero que perdi uma "batalha" e não a "guerra".

AFF - Teve um percurso rápido na arbitragem desde a 2ª Categoria Distrital (1º classificado), 1ª Categoria B (2º Classificado) e 1ª Categoria A (2º Classificado). Foi digamos quase um percurso perfeito, certo?
BV - Digamos que sim, foi quase perfeito. Tive cerca de 4 épocas como árbitro jovem, um percurso desgastante e doloroso, pois só podia arbitrar camadas jovens mas serviu-me de aprendizagem para o futuro, que surgiu com 18 anos, a 2ª Categoria. Depois na 2ª Categoria recebi um convite que não poderia rejeitar. O Dinis Gorjão pediu-me para ser seu Assistente no Nacional e como amigos de longa data aceitei. Aprendi muito naquela época e a aprendizagem deu frutos no Distrital, visto que mantivemos a mesma equipa no Nacional para o Distrital (eu, Dinis Gorjão e Filipe Aurélio). Depois ingressei na 1ª Categoria B, onde não podemos subir, visto termos que ter 2 épocas na 1ª. Foi uma época em que adquiri experiência pois andei com muitos assistentes, todos eles diferentes, em que preocupei-me em retirar de todos eles o melhor e o pior, tentando sempre imitá-los nas suas qualidades ou desviar-me dos seus defeitos, respectivamente. A última época foi passada na 1ª A, onde saberia que iria ser difícil subir de categoria, primeiro porque tinha excelentes adversários e segundo porque não tinha muita experiência na 1ª. Quando recebi a classificação no final da época fiquei espantado, mas também tinha noção que o trabalho que desenvolvi ao longo da época tinha sido recompensado, pena não ter conseguido acabar em beleza, mas a vida é mesmo assim.
"Para subirmos um degrau por vezes temos que descer dois" e é essa lição de moral que levei do dia 12 para o resto da minha vida.

AFF - Foi pela 1ª vez às provas de acesso e as coisas não correram pelo melhor. Que ilações ou experiência retira desta prestação.
BV - O que reparei logo quando cheguei às provas é que os outros distritos estão a léguas de nós. Têm melhores condições e uma preparação fora de serie devido aos centros de treinos espalhados pelo pais, mais propriamente para o centro e norte do país. Depois quando entrei para o teste escrito reparei que me sentia confiante demais, pois ia bem preparado e com grandes possibilidades de ficar. Não sei se foi ansiedade, confiança a mais ou nervosismo mas uma coisa é certa, sabia mais do que fiz e só não entrei por 2 pontos. Para quem acredita no destino, como eu, não seria este o meu ano, talvez para adquirir mais experiência no distrital, pois um árbitro da 3ª Categoria Nacional tem que estar bem preparado, no que diz respeito à sua actuação de campo. No final de tudo, a minha maior desilusão foi o facto de não ter tirado no mínimo os 70 pontos para elevar o nosso Conselho de Arbitragem, pois depositaram confiança em mim para elaborar as provas de final de época.

AFF - Para a próxima época o Bruno será um dos mais fortes candidatos a árbitro do ano. Sente essa expectativa? É esse o objectivo?
BV - Quando vi a nota e verifiquei que não tinha entrado, comecei logo a pensar na próxima época. Sei que sou um forte candidato para o próximo ano mas como é habitual em mim, respeito todos os meus colegas, pois tal como eu, eles também tem essa possibilidade. Uma coisa garanto, para o próximo ano vamos ter um Bruno Vieira mais maduro e experiente, que vai fazer o´máximo possível para ficar na frente da corrida como normalmente o ensinaram. Penso que tudo o que fazemos na vida, temos que o fazer bem feito. E só com trabalho conseguimos alcançar grandes feitos.

Obrigado mais uma vez pelas questões, visto poder desabafar um pouco convosco e mostrar a todos os árbitros a minha primeira experiência deste ano, desejando-lhes boa sorte para a próxima época. Nada se faz sem trabalho, e para podermos chegar ao nível dos outros distritos temos que o fazer de forma rápida e eficiente. Um abraço e boa continuação.

1 comentário:

Anónimo disse...

Antes de mais parabens por a entrevista, pessoalmente gostei..em relação a seres um serio candidato para o ano,tambem concordo, partes em vantagem em relação a qualquer arbitro, apesar da tua qualidade és filho de um observador do nacional, o que atormenta os observadores do nosso distrito, que com receio de serem penalizados num eventual protesto, tentam tocar o menos possivel no teu relatorio, e ai levas uma grande vantagem..sem por em causa a tua qualidade é claro.
Saudações desportivas
Ex. arbitro do distrital